“Há fotógrafos que utilizam a câmera como bisturi: em cortes rápidos e precisos dissecam seu tema e o expõem aos olhos do público. Às vezes, os cortes que realizam não são nada agradáveis, não possuem ´estética´, mas cada um deles é orientado pelo conhecimento do ofício e pela experiência de muitos anos. Econômicos no gesto, esses fotógrafos mantêm vivo na consciência que o objetivo é a demonstração de um fato, de uma idéia e não da habilidade operatória. (…)”
Moracy R. de Oliveira
Oliveira, Moracy R. de. A câmera, dissecando a realidade como um bisturi. Jornal da Tarde.
“A fotografia de família se confunde com o próprio tempo. Baliza a nossa vida pelas emoções, pelos encontros e desencontros que cada momento vivido é capaz de evocar quando revisitado. É capaz de trazer para perto toda a carga emotiva do já passado e de nos dar as pistas para compreender o papel das relações estabelecidas para a vida que conseguimos construir. Cada imagem é, também, o movimento inexorável do tempo, o que foi e o que é, a antiga juventude e a ruga multiplicada do futuro… Vivem a fotografia – os fotógrafos que fotografam a família – como um relógio de ver”.
Luiz Carlos Felizardo
Felizardo, Luiz Carlos. Texto datilografado, out. 1993.